Índice de preços ao consumidor acelera em outubro: 0,26%

Transportes fizeram o IPCA subir em setembro, porém a expectativa é de que combustíveis gerem recuo em novembro

O IPCA de out/16 registrou inflação mensal de 0,26%, acelerando ante o mês de set/16, quando havia apresentado variação de 0,08%. Com esse resultado, a inflação acumulada em 12 meses recuou, de 8,49% em setembro, para 7,88% neste mês, e também ficando bem abaixo do mesmo mês de 2015 (0,82%). Em relação à nossa expectativa (projeção Parallaxis: 0,27%) o resultado veio marginalmente abaixo, surpreendendo positivamente ao passo que a mediana do mercado, publicado pelo AE-Broadcast, era de 0,29%. O resultado foi ligeiramente inferior ao que antecipávamos, dado que esperávamos uma estabilidade dos preços no grupo Alimentação e Bebidas.


Em relação ao mês anterior, entre os 9 grupos que compõem o indicador, 4 desaceleraram (Habitação, Despesas Pessoais, Educação e Comunicação), 3 aceleraram (Vestuário, Transporte e Saúde e Cuidados Pessoais) e 2 apresentaram Deflação menos intensa (Alimentação e Bebidas e Artigos de Residência).


Analisando por ordem de importância na composição do resultado, com impactos positivos: Transporte (0,13 p.p. de impacto), Habitação (0,06 p.p.) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,05 p.p.). No sentido oposto, com impacto negativo na taxa: Alimentação e Bebidas e Artigos de Residência, ambos com -0,01 p.p..

Na análise por itens e subitens, no grupo Alimentação e Bebidas muitos itens apresentaram deflação e foram determinantes para o grupo deflacionar. Destacamos os seguintes itens: leite longa vida (-10,68%), Feijão carioca rajado (-8,79%), cereais, leguminosas e oleaginosas (-3,0%) e Hortaliça e verduras (-4,45%). Porém, no sentido oposto, alguns itens subiram seus preços: Carnes (+2,64%), Açucares e derivados (1,18%), Pescados (+2,1%), dentre outros. Em Artigos de Residência, os itens que se destacaram foram aparelhos eletroeletrônicos (-0,26%) e mobiliário (-0,32%).

No sentido oposto, entre os itens que aceleraram, no grupo Transportes, os destaques foram: Etanol, subindo 6,09% em função da opção dos usineiros destinarem maior parte da cana-de-açúcar para a produção do adoçante, em detrimento do biocombustível, que por sua vez elevou o preço da Gasolina (1,22%), já que o etanol compõe parte deste combustível. Além disso, destacaram-se Passagens aéreas (10,06%), Seguro de veículo (1,7%) e Emplacamento e Licença (0,81%).

Nos demais grupos, entre os itens em queda, destacaram-se: hotel (-5,63%) e cigarro (-1,63%). E na direção oposta: botijão de gás (1,19%), plano de saúde (1,07%), empregado doméstico (0,87%), mão de obra para pequenos reparos (0,87%), taxa de água e esgoto (0,74%), telefone fixo (0,62%) e condomínio (0,52%).


Conforme esperávamos, o IPCA acelerou ante setembro, influenciado principalmente pelo grupo Transportes. Contudo, a expectativa é que os combustíveis possam recuar em novembro com o anúncio de preços menores do diesel e gasolina nas refinarias. Apesar deste fato, em novembro o IPCA deverá volta a acelerar, com a volta da inflação de alimentos e pressões inflacionárias dos grupos Vestuário, Habitação e Despesas Pessoais.

Em tempo, nossas projeções para o IPCA seguem em 6,9% para 2016 e 4,8% em 2017.

Sobre a trajetória de juros, acreditamos que o comitê deverá intensificar o corte, diminuindo a Selic em 50 pontos base na reunião deste mês de novembro, o que levaria a Selic ao patamar de 13,50% a.a. no final deste ano. Esse aumento no ritmo de redução dos juros é crucial para colocar a taxa de juros real em território menos contracionista e auxiliar a recuperação e o processo de desalavancagem do setor privado. Temos observado que se inflação seguir surpreendendo para baixo, ou seja, recuando em ritmo mais intenso e não acompanhada da redução dos juros em magnitude próxima, a taxa de juros real aumentará no curto prazo.

O baixo nível de atividade, confirmada pela piora dos indicadores de atividade, a distensão do mercado de trabalho e a queda dos salários reais, juntamente com o recuo dos preços de alimentos, já estão exercendo pressão deflacionária significante no curto e médio prazo. Além do mais, as expectativas de mercado para inflação seguem bastante comportadas e em trajetória de queda.

Em tempo, destacamos que neste ciclo de queda de juros o comitê poderá agir agressivamente, reduzindo a Selic para 10,50% a.a. ao fim de 2017, em virtude dos fatos supracitados, sem peso na consciência, de maneira que a economia poderá crescer sem gerar forças inflacionárias.

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