Investimentos são essenciais no custo dos transportes
Precariedade nas rodovias brasileiras afeta a relação custo benefício dos operadores logísticos, diz executivo
Primeira Medida Provisória do Governo Temer, o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) nasceu com a promessa de retirar entraves burocráticos e excessos de interferência do Estado, garantindo a expansão da infraestrutura com preços e tarifas “adequados”, segundo a atual gestão governamental.
Vinculado à Presidência da República, o novo programa animou o setor de transportes, absolutamente ciente da importância dos investimentos em infraestrutura. No mês passado, o anuário da CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgou que apenas 200 mil dos 1,8 milhão de quilômetros de rodovias no Brasil são pavimentadas (Leia no Guia). Segundo a análise do o Departamento de Infraestrutura da FIESP, o Deinfra, a precariedade de rodovias brasileiras encarece o custo de logística em 40%.
Ricardo Melchiori, consultor-executivo da RGLOG, um dos grandes operadores logísticos do país, o Brasil está entre os 20 maiores exportadores mundiais e só não possui melhor desempenho por falta de infraestrutura física, principalmente no sistema rodoviário, ferroviário e marítimo.
Melchiori realça que, em um país no qual 60% do transporte de cargas é feito por terra, esses dados prejudicam e muito as condições de trabalho e aumentam os custos. "Além disso, nem todas as pavimentadas estão em bom estado. Pode-se dizer que apenas 30% são consideradas como sendo de qualidade", afirma o executivo.
"O transporte rodoviário no Brasil continua sendo um dos maiores desafios, por isso a preocupação com a infraestrutura que atende esse modal deve ser pauta constante"Ricardo Melchiori / RGLOG
Ainda de acordo com o Deinfra, seriam necessários R$106 bilhões em investimentos para iniciar uma mudança nesse sentido. A recém implementação do PPI ( chegou trouxe algum alento para a indústria, com a promessa de gerar investimentos em infraestrutura, diminuindo entraves burocráticos para acelerar os processos. Com a aplicação do programa, é possível que tenhamos melhorias nas estradas.
"O transporte rodoviário no Brasil continua sendo um dos maiores desafios, por isso a preocupação com a infraestrutura que atende esse modal deve ser pauta constante. Atualmente os requisitos técnicos e níveis de serviços exigidos pelos embarcadores conflitam com a defasagem tecnológica da infraestrutura", completa Melchiori, que atua há 28 anos nesse setor, após passar pela indústria automotiva, químico-farmacêutica e metalurgia.
A má qualidade e defasagem de infraestrutura das rodovias brasileiras causam desgastes acelerados das frotas, maior índice de acidentes, avarias e – consequentemente – perdas de cargas e alto consumo de combustível, fatores que influenciam direto valores mais altos nos custos do frete cobrado pelo serviço. Por este motivo, Melchiori diz que a batalha para oferecer bons preços, especialmente “em épocas como a que estamos passando”, depende de iniciativas como o PPI: “quanto mais parcerias e investimentos tivermos nas estradas e rodovias, melhor conseguiremos negociar com toda a cadeia”, explica.
A RGLOG atende grandes marcas como a Hyundai (CAOA), Heineken, Cutrale, Citro Suco, Petrobras, Akzo Nobel, Posto ALE, entre outras.
Veja os destaques da CNT sobre as condições das rodovias brasileiras:
Notícias do dia
-
Logística
A Jornada Sustentável da CEVA Logistics Rumo à Descarbonização
-
Logística
Kuehne+Nagel anuncia nova frota de veículos elétricos para operações last mile no Brasil
-
Terminais
APM Terminals Suape conclui compra de equipamentos para terminal 100% eletrificado em...
-
Marítimo
SITA desembarca no setor marítimo com lançamento do SmartSea
-
Logística
Novo Gateway alfandegado DHL no aeroporto de Viracopos
-
Mercado
Sob Consulta, Volvo Oferece Caminhões FH para Rodar com 100% de Biodiesel
Seja o primeiro a comentar
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Guia Marítimo. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.