Pecém investe em eletrificação, novos combustíveis e descontos para atração de embarcações sustentáveis
Joint venture formada pelo Governo do Estado do Ceará e pelo Porto de Roterdã, na Holanda, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) está em um processo avançado de descarbonização.
“O Complexo tem uma estratégia muito sólida para se tornar o operador logístico protagonista na transição energética nos próximos cinco anos”, disse o diretor-presidente do Complexo, Hugo Figueirêdo.
Um dos destaques da meta de carbono zero é o projeto do hub de hidrogênio verde. Segundo Figueirêdo, com financiamento de cerca de R$ 700 milhões do Banco Mundial, a obra prevê adequações necessárias da estrutura portuária para a produção e exportação de hidrogênio verde, na forma de amônia. “Também iremos adequar a área industrial para poder fazer um corredor de alimentação de amônia até a área portuária”.
A unidade terá capacidade de produzir 190 quilotons de hidrogênio renovável e mais de um milhão de toneladas de amônia renovável por ano. A planta está programada para iniciar suas operações em 2027.
“Nós pretendemos nos tornar também o ponto de abastecimento para os navios que começam a operar com a amônia verde e com metanol verde. São uma série de iniciativas que colocam Pecém cada vez mais na linha de frente da transição energética”.
Eletrificação e descontos
O Complexo de Pecém também tem avançando significativamente na eletrificação de suas operações. Atualmente, estima-se que cerca de 70% da movimentação no terminal do Pecém já esteja eletrificada, incluindo todos guindastes para movimentação de contêineres e placas, além da esteira para o transporte de insumos para a siderúrgica da ArcelorMittal, principal cliente do Porto.
O terminal cearense também é o primeiro porto no Brasil a operar com descontos para navios que tenham certificação por serem sustentáveis. A redução do valor cobrado varia de 5% a 10%, dependendo do nível.
Em 2022, cerca de 5% dos navios que operaram em Pecém foram elegíveis ao desconto. No ano passado, o índice saltou para 8% e a expectativa é de nova alta neste ano. “Cada vez mais navios certificados operam no porto e podem contar com esses benefícios. Nós também estamos estimulando que embarcações sustentáveis operem no complexo”, conclui.
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