Complexo de Suape adota grupos de trabalho, neutralização, eletrificação e outras medidas

O porto de Suape (PE) está com várias frentes na questão da descarbonização, que envolvem a criação de grupos de trabalho, projetos de neutralização, a instalação de um terminal 100% eletrificado e até uma planta de metanol.

Uma das ações mais recentes é a definição na participação na Aliança Brasileira de Descarbonização Portuária (ABDP), durante a 28ª Intermodal South America. O grupo, que pretende transformar o cenário portuário do país, foi inspirado em um projeto espanhol e prevê a adoção da metodologia de grupos de trabalho para tratar temáticas aderentes ao tema, disponibilizando espaços para discussão e troca de informações.

O estabelecimento de grupos de trabalho já é uma estratégia do próprio porto pernambucano, conforme a gerente de ESG do Complexo Industrial e Portuário de Suape, Joana Correia. “Em outubro do ano passado, criamos o Grupo de Boas Práticas, Metas e Compromissos Climáticos e o Grupo de Mapeamento das Políticas Públicas. A ideia é fazer um mapeamento das redes de descarbonização e compartilhar as boas práticas, além de 3 buscar os melhores modelos de financiamento. Com a troca de informações, poderemos avançar mais rápido e ganhar tempo”.

Neste ano, inicia a obra para ampliar o fornecimento de GNL. O Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (Regás) vai investir R$ 80 milhões na segunda etapa da sua implantação no Porto de Suape. A empresa vai entrar em fase operacional no final do primeiro semestre de 2025. O empreendimento vai receber um investimento de R$ 1,8 bilhão. 

“A ideia é ter um sistema de infraestrutura que privilegie o desenvolvimento sustentável como vantagem competitiva. Estamos fazendo articulações para dar condições para atrair outras empresas com essas propostas”, esclarece a gerente de ESG.

Segundo ela, também há a iniciativa para que seja feita a compensação de emissões no próprio ecossistema de Suape. Os projetos de Estoque de Carbono consistem na elaboração de um inventário na Zona de Preservação Ecológica do atracadouro (ZEPC); e do Compliance Climático, que vai mensurar a emissão de gases de efeito estufa nos oito municípios (Cabo de Santo Agostinho, Escada, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Ribeirão, Moreno, Rio Formoso e Sirinhaém) do território estratégico da estatal.

Suape ocupa área de 17,3 mil hectares, dos quais 59% estão na Zona de Preservação Ecológica do território da estatal. Essa região é caracterizada pela diversidade ecológica do bioma Mata Atlântica, e está situada nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, melhorando a qualidade de vida dos moradores dos perímetros urbanos e promovendo o equilíbrio com a atividade industrial. O território de Suape também abriga biomas de restinga e de mangue. “Hoje a transferência de crédito de carbono ocorre na Amazônia. A ideia é que a neutralização do impacto na mesma região, dentro da nossa área”, detalha.

Terminal 100% elétrico e planta de metanol

O diretor de Sustentabilidade do Complexo, Carlos Cavalcanti, destaca ainda o futuro terminal da APM, que está sendo construído no porto. Quando entrar em operação, no segundo semestre de 2026, a unidade de carga geral e de contêineres será o primeiro terminal totalmente elétrico do Brasil.

Com investimento de cerca de R$ 1,6 bilhão, a unidade de última geração elevará o padrão de responsabilidade e conectividade no Nordeste do Brasil. Além disso, aumentará a capacidade do porto em 55%, já que terá poderá movimentar inicialmente 400 mil TEU e terá como foco atender o mercado local e ser um hub de cargas da região.

Ainda sem detalhes, o diretor de sustentabilidade revela que será arrendada uma área de 10,7 hectares para instalação de uma planta de metanol. “Estamos refinando a minuta do contrato. O anúncio de chamamento público deve ocorrer nos próximos dias”. 




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