A importância da Integração multimodal na infraestrutura brasileira para impulsionar a economia
Ligar ferrovias, rodovias, hidrovias e terminais marítimos e aéreos para conectar regiões produtoras a mercados consumidores deve estar no topo das prioridades dos investimentos em infraestrutura. Trata-se de uma imposição da evolução das cadeias produtivas em volume produzido, áreas cultivadas, maior produtividade industrial e ampliação do comércio global.
Nesse contexto, os 8 mil quilômetros da costa brasileira, com o uso da cabotagem, ganham relevância, sendo considerados a BR marítima. No transporte de carga conteinerizada com uso da cabotagem, a carga fracionada representa a democratização do acesso à navegação para todos os setores produtivos. Antes uma forma de transporte para grandes embarcadores, agora é possível também para os pequenos, promovendo o setor produtivo.
Projetos de integração multimodal são fundamentais para destravar a logística e impulsionar a economia. E é no dia a dia das empresas de Operação de Transporte Multimodal (OTM), com o emprego de inteligência e soluções criativas, que são identificadas demandas que precisam ser atendidas e possibilidades e tendências que devem ser observadas.
A integração entre diferentes modais de transporte permite maior mobilidade para cargas e pessoas. E é bem verdade que a logística se tornou um fator econômico vital no custo das empresas. O avanço tecnológico, as novas técnicas de gestão e a velocidade das transações comerciais trouxeram conceitos como door to door, just in time e outros. Da área de produção, os estoques migraram para silos e centros de distribuição. No setor portuário houve a expansão para a retroárea, o alfandegamento fora da área primária, a chegada dos portos secos e as Estações Aduaneiras do Interior (Eadis).
A integração de modais é ao mesmo tempo causa e efeito dessas transformações, que devem ser consideradas no Plano Nacional de Logística (PNL). Há de se considerar que a inclusão da cabotagem no PNL teve recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) para que ele se tornasse realmente multimodal.
Em seguida ao PNL, de 2021, projetado para 2035, vieram o Novo Marco Ferroviário, a BR do Mar, as novas concessões de aeroportos e rodovias e a adoção de investimentos cruzados em editais de concessões públicas.
A infraestrutura requer planos duradouros, que não sejam apenas de ocasião. O PNL exibe uma infinidade de projetos e obras de infraestrutura em andamento. O momento atual soa favorável e é preciso legitimidade e credibilidade para planos e comprometimento. Em muitos casos, avançar exige rever conceitos, fazer diferente, pensar fora da caixa
(*) Marcio Salmi, Diretor executivo da Costa Brasil.
Opinião
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