Balança comercial de 2020 e projeções para 2021
O ano de 2020 ficará definitivamente marcado pelos efeitos da pandemia do Covid-19, que mexeu com o comportamento de todo o planeta. O comércio exterior, assim como outros setores da economia, teve que se adaptar a uma realidade jamais prevista.
Além da pandemia, o Brasil conviveu com outros fatores negativos durante o ano, como a desvalorização de 28,94% da moeda nacional (Real) frente ao dólar, e a crise política e econômica que desestabilizaram a economia do país. Mesmo com tantas adversidades, considerando o momento em que o mundo vive, o comércio exterior brasileiro teve um bom desempenho e obteve um superávit de 50,995 bilhões de dólares, com aumento de 6,2% em relação aos números de 2019, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
Em dezembro, o último mês do ano, as exportações somaram USD 18,365 bilhões e as importações USD 18,407. Pela média por dia útil, no mês, as exportações caíram 5,3% sobre o mesmo período do ano anterior, enquanto as importações saltaram 39,9%. No acumulado do ano, a corrente de comércio somou USD 368.847 bilhões, com queda de 7,7%. Exportamos 209,921 bilhões de dólares (- 6,1%) e importamos 158,926 bilhões de dólares (- 9,7%) em comparação pela média diária com o ano anterior.
Em termos de atividade econômica, o setor agropecuário aumentou sua participação no nível de exportações, a 21,6%, ante 19,1% em 2019. A Indústria Extrativa também avançou 0,9 ponto percentual no acumulado do ano ante 2019, a 23,3%, enquanto a Indústria de Transformação perdeu espaço, com participação de 54,7%, ante 58% em 2019. Já nas importações, o país registrou forte queda no setor da Indústria Extrativa (- 41,2%), que teve participação total nas importações brasileiras no agregado do ano de 4,1%, e na Agropecuária o recuo foi de 3,9%, com participação de 2,6%, enquanto a Indústria de Transformação teve queda de 7,7%, com participação em 93% do total.
Entre os destinos das exportações, destaque para o continente asiático, que registrou aumento de 7,2%, pela média diária, sob o ano de 2019, impulsionado pela atividade da China, que influenciou a “resiliência” das exportações domésticas. Por outro lado, o Brasil registrou queda de exportações a outros importantes parceiros comerciais, como os Estados Unidos (- 21,7%), América do Sul (-18,3%) e União Europeia (-9,7%).
Para um ano atípico marcado pela interrupção de atividades econômicas ao redor do mundo, podemos considerar que a performance do comércio exterior brasileiro foi razoavelmente bem. Agora, o foco para 2021 é o restabelecimento desse importante setor, cuja projeção do governo brasileiro é um crescimento de 3,9%, com exportações de US$ 221,1 bilhões (+ 5,3%) e importações de US$ 168,1 bilhões (+ 5,8%), alcançando um superávit na balança comercial de USD 53 bilhões.
Aparecido Rocha - insurance review
Especialista em seguros internacionais.
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