Os desafios da sustentabilidade no comércio exterior: rumo a uma logística mais verde
O Comércio Exterior sempre foi um motor propulsor do crescimento econômico, permitindo o acesso a novos mercados, a troca de bens e serviços e o fortalecimento das relações internacionais. Contudo, essa dinâmica global tem acarretado desafios consideráveis em termos de sustentabilidade. O aumento da demanda por produtos internacionais tem sobrecarregado as cadeias de suprimento, exacerbando a pegada ambiental do Comércio Exterior. Assim, surge a necessidade imperativa de enfrentar esses desafios e promover uma logística mais verde, favorecendo o desenvolvimento sustentável em benefício das gerações presentes e futuras.
Esse cenário se traduz no atual ambiente de negócios, o qual apresenta uma crescente demanda por alternativas sustentáveis que possam combater o acúmulo de resíduos e reduzir a pegada de carbono. Especificamente no que se refere à adoção de embalagens plásticas, um impulso considerável para buscar soluções menos nocivas ao meio ambiente tem se evidenciado. A conscientização sobre os impactos negativos do plástico de uso único tem levado empresas e consumidores a buscar alternativas mais sustentáveis, como embalagens biodegradáveis, recicláveis e compostáveis, por exemplo.
Mas, afinal, qual é o caminho para implementar, efetivamente, uma logística mais verde?
As certificações como pontos de referência
As certificações internacionais de gestão ambiental, como a ISO 14001 e a ISO 26000, são um objetivo cada vez mais almejados no Comércio Exterior, uma vez que refletem o compromisso das empresas em adotar práticas responsáveis e sustentáveis. A certificação ISO 14001, por exemplo, estabelece diretrizes para a implementação de um sistema de gestão ambiental eficaz, auxiliando as organizações a identificar, controlar e reduzir seus impactos ambientais. No contexto do Comércio Exterior, essa certificação demonstra que a empresa está comprometida em minimizar o uso de recursos naturais, reduzir a emissão de poluentes e gerenciar adequadamente seus resíduos, contribuindo para um comércio mais sustentável e alinhado aos princípios do ESG.
A certificação ISO 26000, por sua vez, aborda a responsabilidade social corporativa, fornecendo orientações para que as empresas operem de forma ética, transparente e socialmente responsável. Essa certificação considera a interação da organização com seus stakeholders e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável da sociedade como um todo. No contexto do Comércio Exterior, a certificação ISO 26000 pode impulsionar a imagem e a reputação da empresa, uma vez que as empresas cada vez mais buscam parceiros estratégicos alinhados aos princípios do ESG.
Embalagens sustentáveis: alternativas práticas para os desafios atuais
O movimento pela sustentabilidade é impulsionado por uma série de fatores. Um deles é a preocupação crescente com o acúmulo de lixo e seu impacto nos ecossistemas naturais. De acordo com um estudo científico divulgado pela National Geographic, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos a cada ano, causando danos significativos à vida marinha e aos ecossistemas costeiros.
Com a crescente preocupação em relação ao impacto do plástico nos ecossistemas naturais, empresas e consumidores estão buscando soluções mais sustentáveis nesse setor. Embalagens plásticas biodegradáveis, recicláveis e compostáveis estão ganhando destaque como opções que podem contribuir para a redução do acúmulo de resíduos nos oceanos. Diante desse contexto, a procura por parceiros comerciais comprometidos com a causa da preservação ambiental tem aumentado significativamente.
A tecnologia como aliada da eficiência energética no Comex
Outro ponto de atenção importante quando falamos sobre sustentabilidade no Comércio Exterior é a redução da pegada de carbono, um fenômeno que pode ser abordado por meio da implementação de sistemas de gestão sofisticados, capazes de monitorar e otimizar o consumo de energia ao longo das complexas cadeias de suprimento, oferecendo rastreabilidade detalhada e uma visão holística das emissões de carbono em cada etapa do processo.
Em posse dessas informações, as empresas podem identificar pontos de ineficiência e implementar medidas corretivas para minimizar o impacto ambiental, facilitando também a conformidade com as normas regulatórias. A aplicação desses sistemas eficientes, impulsionados pela tecnologia, não apenas otimiza o consumo de energia no Comércio Exterior, mas também promove a rastreabilidade e a transparência ambiental ao permitir o monitoramento e registro detalhado das emissões de carbono em todas as etapas da cadeia de suprimento, fornecendo uma visão abrangente do impacto ambiental das empresas e identificando áreas onde a redução das emissões é mais viável.
Diante dos desafios da sustentabilidade no comércio internacional, fica evidente a necessidade imperativa de buscar soluções que promovam uma logística mais verde. O Comércio Exterior, como um setor de extrema relevância no contexto da sustentabilidade, possui um imenso potencial de contribuir para a agenda sustentável global. As certificações internacionais devem permanecer como um guia para um futuro mais verde, e a tecnologia, é importante ressaltar, tem se mostrado uma aliada poderosa nesse processo, impulsionando avanços significativos.
Por fim, a transição para operações mais sustentáveis é inevitável, e ao reconhecer a importância das embalagens sustentáveis, das certificações como diretrizes e da tecnologia como aliada, além de, é claro, considerar a adoção de mais outras iniciativas em prol do meio ambiente, o setor estará se direcionando efetivamente para uma logística mais verde, contribuindo para um futuro sustentável e resiliente para o planeta e as gerações futuras.
*André Barros, CEO da eCOMEX NSI
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