Yara realiza primeira operação de cabotagem de fertilizantes a granel do Brasil
Empresa enviará fertilizantes produzidos em Rio Grande (RS) para São Luís (MA), otimizando o potencial produtivo do Complexo e proporcionando ganhos logísticos e ambientais
A Yara, líder mundial em nutrição de plantas, iniciou, na segunda-feira (1), o primeiro envio de fertilizantes a granel via cabotagem do país. A companhia transportará, a partir do seu píer próprio em Rio Grande (RS), 15 mil toneladas da linha de fertilizantes especiais YaraBasa, composta por NP e NPK, para sua Unidade Misturadora de São Luís (MA), atendendo assim aos agricultores da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), sobretudo da cultura de soja. A embarcação navegará por toda a costa brasileira, sem escalas, e tem previsão de chegada na capital maranhense em aproximadamente sete dias.
“Este envio de fertilizantes via cabotagem ao Maranhão traz diversos benefícios, como o acesso aos agricultores das regiões Norte e Nordeste às linhas de fertilizantes especiais da Yara, especialmente durante um momento crítico de rupturas nas cadeias de fornecimento em razão da guerra”, diz Maicon Cossa, vice-presidente Comercial da Yara Brasil. A região do Matopiba plantou cerca de 8,2 milhões de hectares na safra 2020/21, segundo a Conab, e possui previsão de acréscimo de área nesta safra que está se encerrando. “O mercado da Fronteira Norte é o que mais cresce em termos de área plantada no país, e agora teremos mais uma opção de abastecimento para a região, com um produto nacional. Hoje o local trabalha majoritariamente com matéria-prima importada, então esta movimentação levará mais uma opção de abastecimento de fertilizantes, ajudando na segurança da cadeia e permitindo a aceleração e desenvolvimento da agricultura local”, confirma o executivo.
O transporte do fertilizante via cabotagem além de ser uma operação mais vantajosa operacionalmente, rápida e segura, também é mais sustentável. “Uma carga de 15 mil toneladas, por exemplo, partindo de Rio Grande para São Luís, precisaria de 405 caminhões para realizar o trajeto de mais de 3 mil km via rodovias, o que passa a ser feito em aproximadamente sete dias por mar, com apenas um navio”, explica Maicon. De acordo com o executivo, a cabotagem tornou-se uma opção viável devido aos últimos avanços da BR do Mar, programa que visa equilibrar a matriz de transporte brasileira, que, entre outras medidas, possibilitou a redução da taxa AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Marcante) e desobrigou a necessidade de frota própria para aderir à modalidade. “Em um contexto em que a logística é um dos grandes desafios para a entrega dos fertilizantes para a safra de verão, contarmos com uma nova modalidade de transporte é fundamental para a segurança alimentar”, destaca.
Neste cenário, o Complexo de Rio Grande (RS), considerado o maior e mais moderno parque de produção, mistura e expedição de fertilizantes da América Latina, e um investimento de R$ 2 bilhões da companhia, torna-se um grande polo para a empresa enviar soluções nutricionais especiais para os portos de todo o país, via cabotagem, e ainda para outros países, via frete marítimo. Para otimizar a operação local, a Yara instalou neste ano o shiploader, equipamento que permite o carregamento a granel dos fertilizantes diretamente para os navios, além de possibilitar o transbordo de produtos entre embarcações, tornando a operação de píer ainda mais ágil e ampliando o leque de localidades atendidas pela Yara a partir da unidade.
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