Seca no Canal do Panamá complica o transporte marítimo e ameaça o fluxo do comércio internacional dos EUA

No último domingo, 25 de junho, a Autoridade do Canal do Panamá passou a impor restrições no transporte de carga em suas eclusas, como parte de uma estratégia para economizar água em meio a uma seca severa na região. Os administradores impuseram restrições de profundidade e peso para navios que passam pelo Canal do Panamá. Com isso, transportadoras marítimas anunciaram sobretaxas a expedidores para a passagem de contêineres pelo local.

De acordo com monitoramento da project44, a capacidade de TEUs transitando pelo Canal do Panamá recuou de 3.459, em 28 de maio, para 2.785 em 18 de junho. Um TEU equivale ao conteúdo de um contêiner padrão de 20 pés. 

Cerca de 40% de todos os contêineres que entram ou saem dos Estados Unidos passam pelo Canal do Panamá. Importações e exportações americanas somam 73% do tráfego na rota de navegação, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico. O Canal é uma das maneiras mais rápidas e baratas de mover grãos e outras commodities agrícolas que deixam o Porto de Nova Orleans com destino à China.

“Somente o tráfego de cargas conteinerizadas dos Estados Unidos que passam anualmente pelo Canal do Panamá representam algo em torno de US$ 270 bilhões. Qualquer perturbação nessa rota representa um potencial expressivo de perdas financeiras”, comenta Pierre Jacquin, vice-presidente da project44 para a América Latina.

“As restrições e o aumento do frete vão afetar a economia americana em diversas vertentes, da agricultura à energia e ao varejo. A situação é preocupante porque o Canal do Panamá é uma rota primordial para os envios de remessas aos portos do Golfo do México e da Costa Leste dos Estados Unidos”, afirma Jacquin.



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