Não mudou: cheios para norte, vazios para sul
Aumento de volumes em container do Norte da Europa para a Costa Leste da América do Sul pode ser positivo, mas resultados permanecem estagnados
O relatório semanal Container Insight da Drewry apontou para o crescimento do tráfego de cargas containerizadas do Norte da Europa para a Costa Leste da América do Sul em setembro. Segundo a Drewry, esse foi o primeiro de uma sequência de 17 meses a registrar crescimento anual na rota.
Em artigo de Will Waters, o Lloyd’s Loading List atribui a melhoria dos números na rota Europa – ECSA aos 13% de aumento em volumes transportados, ou 47.500 teus a mais, de acordo com as estatísticas publicadas pelo Datamar. Já do Mediterrâneo para a Costa Leste da América do Sul, os volumes caíram 8% no mesmo mês, fechando em 17.000 Teus.
Apesar do crescimento, o relatório Container Insight da Drewry relembra que as cargas refrigeradas transportadas na rota da América do Sul para o norte europeu continuam a crescer desde o fim de 2015, ultrapassando a viagem de volta, em Teus nominais.
Foram 72.000 Teus transportados daqui para a Europa no mês de setembro, o que representou 3% de crescimento total. Analisados em um período mais amplo, no entanto, nos nove meses do ano, o crescimento dos embarques para a Europa foi de 5,4%, (total de 617.000 Teus), enquanto os volumes embarcados para o sul caíram em 8.7%, somando 556.000 Teus.
As médias anuais apontam para crescimento nas duas direções, de modo que a Drewry avalia que o crescimento/queda de volumes deverá se manter nos níveis atuais. “Aparentemente, os armadores estão satisfeitos com os níveis de demanda no mercado, já que, além da queda marginal registrada em agosto, os slots disponíveis permaneceram inalterados desde abril até outubro”, afirmou o relatório, ressaltando que nenhuma das transportadoras marítimas divulgaram planos de alterar a oferta.
No sentido sul, a média de utilização dos navios continua flutuando perto dos 50% - “embora seja necessário notar que existe uma demanda por reposicionamento de containers refrigerados vazios no retorno à Costa Leste da América do Sul”, ressalta o relatório. No sentido norte, a média de utilização dos navios ficou em 78% no terceiro trimestre do ano, cerca de cinco pontos percentuais acima do trimestre anterior. Já o mercado de cargas spot não sofreu alterações significativas em nenhum momento do ano, segundo os dados da Drewry, que arrisca um comentário: “Os armadores parecem estar no jogo como quem espera para ver o que acontece, apostando que a demanda eventualmente volte a justificar aumento nos fretes. Talvez seja hora de cortar a capacidade, forçando a situação em seu favor”.
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