Porto de Itaguaí terá novo terminal de minério com leilão bilionário em dezembro

O Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, se prepara para um marco histórico com o arrendamento da área ITG02, onde será instalado um novo terminal dedicado à movimentação de granéis sólidos minerais, especialmente minério de ferro. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) publicou nesta quinta-feira (24), no Diário Oficial da União, o Aviso de Licitação (Leilão nº 09/2024), que marca a abertura do processo de concessão. O leilão está agendado para o dia 18 de dezembro e será realizado na B3, em São Paulo, como parte do maior pacote de arrendamentos portuários promovido pelo Governo Federal nesta gestão.

A área de 348.937 m² será destinada à construção de um terminal que promete revolucionar o comércio exterior brasileiro, consolidando Itaguaí como o principal polo exportador de minério de ferro do país. Estima-se que o empreendimento demandará mais de R$ 3,5 bilhões em investimentos, com capacidade de movimentação anual de 20 milhões de toneladas.

Francisco Martins, presidente da PortosRio, destacou a relevância estratégica do projeto para a infraestrutura nacional. “A área ITG02 será crucial para ampliar a infraestrutura portuária do Rio de Janeiro e garantir o escoamento da produção de minério de Minas Gerais. Este terminal representará não apenas um aumento expressivo na capacidade de movimentação do Porto de Itaguaí, mas também será um motor de desenvolvimento socioeconômico para a região, com a geração de milhares de empregos e o incremento na arrecadação de tributos. Além disso, a Autoridade Portuária tomou todas as medidas necessárias para assegurar que a futura arrendatária implemente práticas sustentáveis no projeto, tornando-o um exemplo de eficiência e responsabilidade ambiental. Estamos focados em modernizar nossos portos e garantir que eles sejam competitivos globalmente, enquanto promovemos o crescimento sustentável do Estado e do Brasil.”

Benefícios econômicos e sociais

Segundo o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), o projeto deve gerar cerca de 2.800 empregos indiretos durante a fase de construção e aproximadamente 2.000 postos diretos e indiretos durante a operação. Além disso, a arrecadação de Imposto Sobre Serviço (ISS) para o município de Itaguaí pode alcançar R$ 1,2 bilhão ao longo dos 35 anos de contrato, fortalecendo a economia local e regional.

Sustentabilidade e ecoeficiência

O novo terminal será desenvolvido seguindo rigorosos padrões ambientais, com foco na sustentabilidade e controle de impactos. Entre as medidas previstas estão o armazenamento adequado do minério, a implementação de equipamentos de controle ambiental e o monitoramento constante para minimizar emissões de particulados. A adoção de práticas de ecoeficiência reforça o compromisso do projeto com o uso racional de recursos naturais e o desenvolvimento sustentável, alinhando-se às demandas globais do setor.

Perspectivas para o futuro

O leilão da área ITG02 reforça o papel do Porto de Itaguaí como um dos principais eixos logísticos do Brasil, respondendo às crescentes demandas do mercado internacional de minério de ferro. Para Francisco Martins, o terminal é mais do que um avanço logístico; é uma aposta estratégica para elevar o Brasil ao patamar de competitividade global.

“Este leilão reflete a visão de futuro que temos para os portos brasileiros, unindo modernização, sustentabilidade e desenvolvimento econômico. O Porto de Itaguaí não será apenas um ponto de escoamento, mas um motor de transformação para toda a região”, concluiu o presidente da PortosRio.

Com o leilão marcado e as expectativas em alta, o terminal ITG02 já desponta como um dos projetos mais aguardados do setor portuário brasileiro, prometendo impactar positivamente a economia nacional e fortalecer a posição do país no comércio global de minério.

Os interessados podem acessar o edital e seus anexos no site da ANTAQ ou na sede da agência em Brasília.



Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Guia Marítimo. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.