As obras de dragagem do canal interno e a última etapa de restauração do molhe do Porto de Suape serão iniciadas nas próximas semanas. Essas intervenções são cruciais para permitir a atracação segura de porta-contêineres de 366 metros de comprimento e outras embarcações de grande porte, com capacidade máxima de carga. O investimento total é de R$ 327,4 milhões, sendo R$ 204 milhões destinados à dragagem e R$ 123 milhões à recuperação do molhe. Ambos os projetos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 3 do governo federal, com parte dos recursos financiados pela União.

A assinatura do termo de repasse de R$ 147 milhões pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR) para o Governo do Estado ocorreu na terça-feira (2), durante a entrega de um habitacional do programa Minha Casa Minha Vida. A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra; do ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho; do diretor-presidente do Complexo de Suape, Marcio Guiot; e outras autoridades federais e estaduais. Do total de repasse, R$ 100 milhões serão destinados à dragagem do canal interno e R$ 47 milhões para as intervenções no molhe. A contrapartida do Governo de Pernambuco é de R$ 180,4 milhões (R$ 104 milhões para a dragagem e R$ 76 milhões para o molhe).

O prazo para conclusão da dragagem do canal interno, que será aprofundado para 16,2 metros, é de seis meses. A obra prevê a remoção de 3,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos. O contrato inclui também a dragagem e manutenção da bacia de evolução e dos Píeres de Granéis Líquidos (PGLs) 3A e 3B, para aprofundamento até 18,5 metros. Após a conclusão, Suape terá o maior calado operacional para navios de contêineres entre os portos públicos brasileiros e o segundo maior calado para granéis líquidos. Os sedimentos removidos serão destinados a uma área de bota-fora, licenciada pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).

“A intervenção se soma à conclusão da dragagem do canal externo, finalizada em maio de 2024. Suape dá um grande passo para potencializar a operação de todos os píeres e cais, além dos dois terminais de contêineres do atracadouro, o Tecon Suape e o APM Terminals, que começará a operar em 2026,” destaca Marcio Guiot, gestor da estatal pernambucana.

A quarta e última fase da restauração do molhe do Porto de Suape, com custo de R$ 123 milhões, já teve o processo licitatório concluído e os serviços começarão ainda este mês, com previsão de conclusão em 2028. A empresa vencedora, Construtora Venâncio, recuperará 1,8 quilômetro da estrutura. Esta obra é vital para a proteção do porto contra a força das marés altas, permitindo operações com menor interferência de correntes marítimas e ondas. A terceira etapa, finalizada em 2018, reforçou um trecho de 940 metros com blocos de pedras variando de 300 quilos a 12 toneladas, totalizando 78.120 metros cúbicos e custo de R$ 68,1 milhões.

“A restauração do molhe é fundamental para garantir a segurança das operações e o bom funcionamento das atividades portuárias. Deixa Suape ainda mais preparado para os desafios das mudanças climáticas,” explica Renata Loyo, diretora de Infraestrutura do porto.

Essas intervenções, alinhadas aos padrões internacionais de segurança e à legislação ambiental, elevam Suape a uma posição de destaque global, potencializando sua capacidade de atrair novas rotas marítimas e grandes embarcações.