Porto do Açu é aposta de Goiás para impulsionar exportação e importação
Arco ferroviário conectando os portos do Sudeste ampliará a capacidade de escoamento da produção agrícola da região
O vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, destacou durante a abertura da Tecnoshow, em Rio Verde, ontem, 8 de abril, que o Porto do Açu deverá ser a principal via de escoamento, com melhor custo-benefício, para a produção goiana de grãos e de fertilizantes nos próximos anos. “Já exportamos grãos pelo Açu por meio da conexão rodoviária. Contudo, o grande salto é esperado com a implantação da ferrovia EF-118, que conectará o Espírito Santo ao Rio de Janeiro, criando um arco ferroviário e integrando os principais portos da região Sudeste”, informou Vilela.
Ainda durante a abertura da Tecnoshow, o presidente do Conselho da Associação Pro-Desenvolvimento do Estado de Goiás (ADIAL), José Garrote, também reforçou a importância da conexão com o Porto do Açu. “Goiás precisa ampliar suas possibilidades logísticas. Precisamos agregar valor aos nossos produtos, e a logística é um ponto essencial para isso. Nós visitamos o Porto do Açu e vimos como ele pode beneficiar a produção do Estado. Por isso, a conexão ferroviária é essencial para Goiás”.
Atualmente, o Açu já é uma alternativa logística competitiva para a exportação de milho, soja e concentrado de cobre produzidos em Goiás, além da importação de fertilizantes e carvão para a produção de níquel do estado. Os produtos, que são movimentados pelo modal rodoviário, representam uma parcela significativa da movimentação do Terminal Multicargas do Porto. “Temos capacidade de atender com eficiência e segurança aos produtores de Goiás. Somos um porto privado, em operação há menos de 10 anos, que já movimentou mais de 80 milhões de toneladas em 2023, possui área para expansão e sem fila de atracação”, explica João Braz, diretor Comercial e de terminais do Porto do Açu.
A conexão ferroviária, com a implantação da EF-118, possibilitará a ampliação do volume movimentado no porto. “De maneira imediata, a conexão ferroviária possibilitará a movimentação de 26 milhões de toneladas/ano, sendo 8 milhões de toneladas de grãos. A previsão é que, no futuro, a ferrovia movimente cerca de 40 milhões de toneladas”, explica Braz.
O Porto do Açu também deverá solucionar outro gargalo para a produção agrícola em Goiás, que é a estocagem. João Braz ressalta que a escassez de armazéns, muitas vezes distantes das zonas produtoras, resulta na pressão da comercialização no momento da colheita.
Até o segundo semestre de 2024, o Terminal Multicargas (TMULT) contará com mais um berço para atracação de navios de grande porte (Panamax com 80.000 tons por navio). A ampliação também triplica a capacidade estática de armazenamento, que chega a 155 mil toneladas, e posiciona o Porto do Açu como player relevante no agronegócio.
O acesso aos mercados, tanto domésticos quanto internacionais, é crucial para o sucesso do agronegócio. Dificuldades na comercialização e na exportação dos produtos agrícolas podem limitar o crescimento do setor e impactar negativamente os agricultores e produtores. “A infraestrutura do Açu surge como uma plataforma completa para Goiás provendo capacidade para o estado reduzir os custos do agronegócio (demurrage) ao equilibrar o sistema portuário brasileiro”, avalia João Braz.
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