CEO Climate Leaders unem-se em carta aberta aos líderes mundiais para a COP28
CEO Climate Leaders, liderada por Vincent Clerc, CEO da Maersk, pedem ação global antes da COP28
Membros da aliança se comprometem a reduzir 1,0 Gt de CO2e até 2030, mostrando potencial para uma mitigação significativa das mudanças climáticas. No entanto, o apoio do governo é crucial, uma vez que regulamentações complexas, deficiências na rede elétrica, obstáculos tecnológicos e padrões divergentes de relatórios representam desafios substanciais. A carta pede um aumento maciço nos investimentos em energia renovável e redes de energia, juntamente com a simplificação dos processos de licenciamento e regulamentação.
Os investimentos globais em energia renovável atingiram um recorde de US$ 0,5 trilhão em 2022, mas ainda estão muito aquém dos US$ 1,5 trilhão anuais necessários até 2030. Os governos precisam intensificar rapidamente seus esforços em energia renovável, aprimorar a infraestrutura da rede elétrica e atrair capital do setor privado. Ao mesmo tempo, políticas e metas mais rigorosas são essenciais para melhorar a eficiência energética no setor privado.
A Agência Internacional de Energia relata que os subsídios globais aos combustíveis fósseis para consumo atingiram um recorde de US$ 1 trilhão em 2022, uma tendência insustentável. Os governos devem responsavelmente eliminar esses subsídios, direcionando recursos para energia limpa e soluções baseadas em biotecnologia, por meio de incentivos como a Lei de Redução da Inflação dos EUA e a Lei da Indústria com Emissão Líquida Zero da UE. O ressurgimento de trabalhadores para a transição energética também é importante.
Para acelerar a descarbonização, o setor deve abordar processos de licenciamento complicados, que atualmente resultam em prazos prolongados para projetos de energia solar e eólica em grande escala. Políticas simplificadas são essenciais para acelerar projetos de energia renovável e expansão de infraestrutura, ao mesmo tempo em que mantêm transições justas, interesses da comunidade e padrões ambientais, afirma a carta.
"Além de pedir aos formuladores de políticas globais que ajam, convidamos os líderes empresariais a se juntarem a nós e aumentarem sua ambição, estabelecendo metas baseadas na ciência e aumentando a transparência de suas emissões, divulgando publicamente dados de emissões por meio de entidades como o CDP. As empresas devem envolver seus fornecedores e clientes para avançar na redução de emissões em toda a cadeia de valor", diz a carta.
"O setor privado precisa aumentar continuamente seus investimentos em eficiência energética, redução de carbono e remoção de carbono baseada em tecnologia e natureza. Essa ação coletiva não apenas representará uma contribuição significativa para as metas climáticas globais, mas também impulsionará um valor sustentável - espera-se que a transição energética crie 51 milhões de empregos adicionais até 2030", acrescenta a carta.
"Hoje, estou ao lado de meus colegas na Aliança de Líderes Empresariais em Clima, uma coalizão convocada pelo Fórum Econômico Mundial, para enviar uma mensagem enfática aos líderes mundiais enquanto nos preparamos para a COP28: é hora de agir", disse Vincent Clerc, CEO da A.P. Moller Maersk.
"Todos nós conhecemos os caminhos e soluções para nos levar ao líquido zero. O sucesso depende do apoio governamental para superar o desafio de preencher a lacuna de preço entre combustíveis fósseis e livres de fósseis. Uma rápida intensificação da colaboração público-privada é fundamental para acelerar a redução de emissões em cadeias de valor globais."
"Devemos olhar juntos para incentivos de produção para promover a rápida expansão de novas tecnologias, bem como mecanismos de precificação práticos e eficazes que incentivem o uso de combustíveis verdes. Além disso, precisamos de capacidade adequada de infraestrutura de rede para integrar adequadamente uma parcela crescente de energia renovável e garantir consistência e compatibilidade entre os padrões de relatórios que divergem entre setores e jurisdições", acrescentou ele.
A carta também enfatiza que os governos precisam liderar pelo exemplo em práticas de aquisição pública, aumentar a natureza e a remoção de carbono baseadas em tecnologia, além de simplificar e harmonizar os padrões de divulgação e medição climática. Além disso, a aliança conclui que é necessária uma colaboração mais profunda nas áreas de maior impacto entre o setor público e privado para acelerar ações de emissão zero em benefício da sociedade, saúde pública e economia global.
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