Especial Terminais: avançamos, retrocedemos
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O setor de transporte de cargas reflete a economia do País. Com uma série de problemas históricos, o Brasil sustenta posições embaraçosas nos rankings de competitividade mundial que prejudicam o avanço do País e o distanciam cada vez mais da esperança de garantir níveis adequados de vida à sua população.
Burocracia, corrupção e déficits consideráveis em medidas básicas de educação, saúde e moradia apenas começam a lista de problemas que o Brasil tem de enfrentar. Isso sem falar nos grandes investimentos necessários na infraestrutura, cujo dinheiro é esperado que venha de capitais estrangeiros dispostos a fazer vista grossa ao fato de que, dificilmente, sairemos da zona de risco.
Fora de consonância, a economia brasileira fica cada vez mais abalada, assim como a infraestrutura do País. Nesse segmento, no entanto, é que os terminais portuários privados aparecem como estruturas de grande importância para o Brasil, graças ao seu desempenho e proximidade com as atividades comerciais. Com previsão de investimentos da ordem de R$ 20 bilhões até o final desta década, e pelo menos 50 novos empreendimentos esperados para o período, o sistema portuário já possui hoje 183 instalações privadas e 62 pedidos em análise, viabilizados pela nova Lei dos Portos (nº 12.815/2013).
A nova lei, no entanto, não tem unanimidade: enquanto, para alguns, ela trouxe facilitação, para outros, só representou mais burocratização e dificultou os antigos processos de concessão, clamando por uma reforma conceitual nas licitações. Porém, não há como negar que as novas regras viabilizaram um melhor equilíbrio econômico-financeiro aos terminais de cargas.
Mesmo assim, o setor ainda necessita de grandes aportes para garantir recursos e total eficiência, especialmente o portuário, marcado por gargalos logísticos e problemas conhecidos como burocracia e ineficiência – para dizer o mínimo.
No setor aéreo, com grandes estruturas já operadas pela iniciativa privada, os processos têm se alinhado com investimentos em tecnologia e instalações modernas que viabilizaram não apenas uma melhora no fluxo de cargas como também permitiram a realização dos dois maiores eventos esportivos mundiais: a Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos 2016.
Apesar dos grandes esforços na melhoria de procedimentos, no entanto, a atividade de comércio exterior é regida por uma série de intervenientes dos setores público e privado, e problemas como greves, falta de contingente e descompasso de processos administrativos prejudicam as operações e impactam gravemente nas condições comerciais do Brasil. Junto com os problemas de fluxo, temos alguns que afetam a segurança, tanto das cargas quanto do meio ambiente e da população, para os quais a solução é lenta e gradativa.
Assim caminhamos: um passo à frente, um atrás; com esperança, às vezes conseguimos dois à frente – e um atrás. Nesta edição de Guia Marítimo | Especial Terminais, acompanhamos os esforços dos terminais privados, em conjunto com suas associações representativas e os órgãos anuentes, que vêm batalhando pelo desenvolvimento do País. E torcemos.
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Tenha uma ótima leitura, e não perca também a próxima edição de Retrospectivas e Perspectivas de 2016/2017!
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