Israel x Hamas, bloqueio do Mar Vermelho: como os conflitos no Oriente Médio afetam a navegação mundial

Nesta segunda-feira (7), completou um ano desde o ataque do grupo Hamas contra Israel. Este, por vez, reagiu e deu início a ataques que arrasaram o território da Faixa de Gaza, na Palestina, e deixaram, até o momento, mais de 40 mil mortos. Em solidariedade ao povo palestino, rebeldes houthis, do Iêmen, bloquearam o Mar Vermelho e realizaram ataques a navios de países considerados aliados de Israel, o que tem afetado o fluxo de navegações pelo Canal de Suez.

Acontece que este canal, que foi palco de guerras no passado, é um dos mais importantes do mundo. Por ele trafegam, todos os dias, mercadorias entre a Ásia, leste dos Estados Unidos e Europa. E, com a escalada de conflitos no Oriente Médio, ele é um dos focos de atenção da navegação mundial.

Segundo a advogada marítima Cristina Wadner, do escritório Cristina Wadner Advogados Associados, o mundo todo é afetado por conflitos regionais de regiões comercialmente estratégicas como o Oriente Médio.

“A repercussão global é o aumento significativo do tempo de viagem o que representa aumento do frete marítimo, maior tempo de uso do contêiner, além do aumento na emissão dos gases de efeito estufa”, explica Wadner.

A logística de navegação do Brasil, que possui o maior complexo portuário da América do Sul, o Porto de Santos, também é afetada, segundo a advogada.

“O Brasil sente reflexos em sua logística, pois há serviços regulares entre a Ásia e a Costa Leste da América do Sul. Os armadores aumentam a quantidade de navios para tentarem não prejudicar a entrega do serviço, ou seja, para não afetar a pontualidade e abastecimento, em razão do aumento do tráfego. Isso representa um aumento do custo do frete marítimo e tempo de uso do contêiner”, afirma.

(*) Cristina Wadner, especialista em Direito Marítimo, Regulatório e Empresarial.


Escrito por:

Opinião

O Guia Marítimo abre espaço aos profissionais e especialistas do mercado para expressar a sua opinião e perspectivas para a indústria.



Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Guia Marítimo. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.