Perspectivas para o Comércio Exterior no segundo semestre de 2022
Não há como negar que os últimos anos foram extremamente atípicos em dimensões globais. De fato, 2022 não tem sido diferente, trazendo novos nuances para a atuação de importadoras e exportadoras junto ao comércio internacional. Com isso posto, para entendermos todas as prováveis consequências para o segundo semestre do ano, é preciso se aprofundar no que tem pautado o setor até o exato momento, em prol de uma visão crítica e próxima da realidade dos fatos.
É impossível realizar qualquer tipo de análise sem olhar para o mundo. Temos uma série de acontecimentos que fogem totalmente do controle de organizações do Comex. Na Europa, o conflito entre Rússia e Ucrânia se estende e resulta em medidas drástica por parte de nações importantes, enquanto, na China, efeitos provocados pelo Covid-19 dificultam operações logísticas, bem como a conclusão de relações comerciais.
No Brasil, vivemos um momento crucial para a modernização do Comércio Exterior, com iniciativas cada vez mais consolidadas para simplificar e transformar a comunicação entre setores público e privado. Nesse sentido, o Novo Processo de Importação (NPI) surge como um tópico que exige a atenção de lideranças da área.
Lockdown chinês, conflito na Europa e suas consequências
Durante março e abril, a China enfrentou uma onda crescente de contágio do Covid-19. Em resposta ao avanço do vírus, as autoridades não hesitaram em tomar medidas drásticas de confinamento, anunciando um lockdown rígido para as localidades atingidas, como Xangai – metrópole que possui a maior região portuária do planeta.
Com as restrições, criou-se um verdadeiro efeito cascata por toda a cadeia produtiva, afetando, principalmente, a logística de países que se relacionam comercialmente com a China. Hoje, apesar da melhora no quadro, ainda é possível sentir o impacto do período em rotas marítimas, e situações como o engarrafamento de navios têm preocupado quem lida com o Comércio Exterior. A conjuntura é caótica e desperta a atenção para os próximos meses.
Indo além, infelizmente, a guerra entre Rússia e Ucrânia permanece ativa, contribuindo para a instabilidade da economia mundial. Diante tantas incertezas, sanções são anunciadas com frequência, e a cadeia de suprimentos tem sofrido alterações que desafiam os países envolvidos. Outro ponto que merece atenção é o salto no valor do frente internacional. Para os próximos meses, sem dúvidas, o que se espera é que o conflito seja resolvido o quanto antes.
Mais avanços para o Comex brasileiro
O contexto internacional é dinâmico, impreciso e demanda uma postura de observância por parte de importadoras e exportadoras brasileiras. Entretanto, também é necessário centralizar esforços no processo de modernização que o segmento vem passando no Brasil. Com a tecnologia no epicentro de mudanças bem-vindas, iniciativas realizadas pelos órgãos responsáveis têm se mostrado alternativas recomendáveis para os que buscam mais eficiência, segurança e competitividade.
A tendência é de que o ritmo de transformação digital continue acelerado. O NPI simboliza o potencial por trás desse mindset inovador, reformulando o modo como as empresas trabalham e se comunicam com programas governamentais. Por meio da unificação da entrada dos dados solicitados, categorizada por elementos que oferecem ganhos de agilidade e desempenho, o Novo Processo de Importação reúne módulos capazes de reduzir a burocracia e estimular o crescimento do setor.
Encerrando o artigo, o segundo semestre de 2022 promete ser tão intenso quanto o primeiro, sob diversos aspectos. Porém, com impasses internacionais resolvidos e o avanço contundente da tecnologia sobre o cenário brasileiro, podemos esperar por dias melhores e com mais estabilidade para o Comércio Exterior.
*André Barros é CEO da eCOMEX NSI.
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