Compartilhamento de cargas permite expansão da malha e redução de custos com frete
O setor portuário brasileiro registrou no primeiro quadrimestre de 2021 um crescimento de 9,7% na movimentação de cargas pelos terminais de todo o país em relação ao ano passado. Segundo dados do Painel Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), foram transportadas 380,5 milhões de toneladas entre janeiro e abril deste ano. Os dados, refletem a recuperação da economia brasileira mesmo durante a pandemia da COVID-19. Ao mesmo tempo, custos com fretes ainda dificultam a penetração de algumas empresas em lugares mais distantes do País.
O “Compartilhamento de Frete” permite a atuação conjunta de embarcadores com similaridades de cargas. Segundo o cofundador da SIMULEFRETE, Sergio Sanchez, o conceito já existe no mercado, mas faltava a existência de uma tecnologia que incentivasse o compartilhamento..
A prática exige transformações no “mindset operacional” nas empresas. O primeiro passo é identificar com quais embarcadores parceiros é possível compartilhar cargas e estabelecer padrões mínimos de exigência, assim como destinos, similaridade de cargas, novas regiões que desejam atingir para uma possível expansão da malha rodoviária que beneficiem os envolvidos.
Sanchez explica que desta forma, se constrói um ambiente colaborativo para o compartilhamento de cargas. Com uso de uma plataforma de gestão de frete, é possível executar e controlar os processos operacionais, gerar as oportunidades de redução de custos, panorama das operações, sintonizando os pedidos, entregas, horários de agenda de carga, tempos em cada operação, entre outros.
“A tecnologia dá uma visão do negócio e aponta as oportunidades para que os embarcadores tomem a decisão, e assim dividam os custos do frete. Quanto mais embarcadores colaborarem, mais aumentarão as malhas colaborativas, com custos divididos entre as empresas para um mesmo destino/região”. É importante ressaltar que os valores de cargas por exemplo, só são visíveis para o “dono” da carga, até que sejam embarcadas no veículo.
Exemplo de compartilhamento de fretes
Uma marca de roupas com sede em São Paulo (SP) e que atua regionalmente, e deseja chegar em Manaus (AM), mas não tem lotes econômicos viáveis. Caso essa empresa não consiga outros embarcadores parceiros para compartilhar cargas, a marca precisa consolidar um volume maior de pedidos para ter o custo de frete compensatório, perdendo frequência para chegar ao consumidor final.
Com compartilhamento, a empresa melhora a frequência de despachos para essa região e, com os custos divididos, o valor final do produtos para os clientes não é afetado, gerando ainda melhor competitividade. Além disso, a empresa de roupas começa a atuar em um local que não chegava por conta de gastos com frete e dificuldades do transporte em si. Isso trará mais competitividade de preço, entrega mais rápida e expansão da sua malha com um parceiro que já conheça a região de interesse.
Independentemente do porte do embarcador, caso ele não tenha frequência adequada para uma determinada região, com o compartilhamento de frete, dificuldades com prazo de entrega ao consumidor, frequência, custos e outros desafios podem ser superados.
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