Porto do Açu prevê R$ 22 bi em investimentos

Quinze anos e R$ 20 bilhões depois do início das obras, o Porto do Açu, megacomplexo porto-indústria concebido pelo empresário Eike Batista no litoral norte do Rio, já se situa entre os dez maiores do País em movimentação de carga. Também já tem contratados mais R$ 22 bilhões em investimentos nos próximos 5 anos. A Prumo Logística, dona do empreendimento, controlada pelo fundo americano EIG desde que Eike vendeu o negócio, aposta na transição para uma economia de baixo carbono para atrair ainda mais aportes.

Os planos incluem se tornar o maior polo de energia eólica offshore (no mar) do País, com capacidade equivalente a 2,4 usinas de Itaipu, e receber plantas de produção de hidrogênio verde.

“Nosso foco é desenvolver no Porto do Açu o principal polo de negócios de baixo carbono da América Latina e um dos principais do mundo”, afirma Rogério Zampronha, presidente da Prumo Logística, controlada, desde 2013, pelo EIG, que tem como sócio o Mubadala, fundo soberano de Abu Dabi. “A nova estratégia é a indústria baseada na transformação energética. Não é uma transformação, é uma revolução, a abertura de um novo mercado para um novo Brasil. Isso pode ser tão relevante para a economia brasileira quanto hoje é o agronegócio”, completa.

Mudanças Climáticas - O executivo reconhece que a nova estratégia do Porto do Açu poderá ser impulsionada pelas crises provocadas pela covid19 e pela guerra na Ucrânia, que reforçam o senso de urgência para enfrentar as mudanças climáticas, mas frisa que ela já estava sendo desenhada de antes. O que muda é o motor do desenvolvimento do empreendimento.

Já o modelo de negócios foi mantido. Com elevada capacidade para armazenamento de cargas e atracação dos maiores navios do mundo, o porto tem no entorno uma área gigantesca – 90 quilômetros quadrados, 50% a mais do que Manhattan, em Nova York – para a instalação de plantas industriais ou bases de serviços. As atividades podem ser desenvolvidas exclusivamente pela Prumo, em sociedade com a dona do porto ou de forma independente, apenas com o uso da área. É como se fosse um condomínio, do qual a operadora do Porto do Açu é a administradora – e possui alguns imóveis.

Fonte: O Estado de São Paulo.


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