Cubo Maritime & Port fecha cooperação internacional com Port Innovators Network (PIN), com portos de Hamburgo, Valencia e Halifax

O Cubo Maritime & Port, hub de inovação do setor marítimo e portuário da América Latina criado por Cubo Itaú, Hidrovias do Brasil, Porto do Açu e Wilson Sons, anuncia a assinatura de uma nova parceria internacional, com o hub Port Innovators Network (PIN). Atualmente composto pelos portos de Hamburgo (Alemanha), Valencia (Espanha) e Halifax (Canadá), o PIN tem o propósito de impulsionar a adoção da inovação no ecossistema portuário global, conectando comunidades para realizar benchmarks e compartilhar ideias, resultados de projetos, experiências de inovação, metodologias e melhores práticas.

Esta não é a primeira parceria internacional do hub. Ainda em 2023, o hub firmou uma cooperação com o PIER71, hub marítimo-portuário de Singapura, na Ásia, onde estão um dos maiores e mais modernos portos do mundo. Os programas do hub em Singapura já impactaram mais de 100 startups de vários países. Fruto dessa cooperação, Desmond Tay, do Porto de Singapura (MPA), foi o responsável por oferecer conteúdo sobre smart ports e cases de aplicação tecnológica em Singapura para a comunidade. Além disso, algumas ações importantes entre os dois hubs ocorreram desde o início da parceria, como a participação de startups do Cubo Maritime & Port presencialmente em Singapura em programas da PIER71 e a participação de startups de Singapura em ações no Brasil.

Nos últimos dois anos, o Cubo Maritime & Port vem registrando expressivos avanços dos empreendedores tecnológicos. Atualmente, o hub conta com 24 startups que, somadas, faturaram R$ 119 milhões em 2023 versus R$ 86 milhões do ano anterior, ou seja, um crescimento de quase 40%, mostram os dados levantados para o Selo Cubo.


“Parcerias como essa comprovam a relevância do trabalho diário para fomentar setores tão relevantes para o desenvolvimento do Brasil como é o marítimo e o portuário. Inovação aberta é isso, unir esforços com o intuito de conectar empreendedores tecnológicos aos desafios de mercado, potencializando o impacto em uma escala global”, pontua Paulo Costa, CEO do Cubo Itaú.

Além do incentivo às shiptechs, o hub trabalha para contribuir para o Brasil superar “gargalos logísticos” históricos, beneficiando o comércio exterior e a economia nacional.

“Estamos avançando. Queremos contribuir com todo o setor portuário, entender a situação de Norte a Sul, nossa maturidade digital e o que pode ser aprimorado. E, assim, apoiar na implementação com mais ênfase da agenda de inovação, via parcerias com startups e a criação de áreas nos portos com esse foco. A parceria com o PIN vai acelerar ainda mais esse processo, com troca de experiências globais em inovação portuária”, afirma Eduardo Valença, diretor de transformação digital da Wilson Sons.

A nova cooperação internacional está em linha com os gargalos logísticos do país e a necessidade de automatizar embarcações e terminais; com uso de tecnologias que permitam receber navios maiores com mais segurança; gestão facilitada da comunicação; e previsibilidade na operação.

“O Porto do Açu já usa muitas dessas novas tecnologias na sua operação, sendo um dos únicos no país a oferecer a infraestrutura de porte mundial e total previsibilidade para os clientes. O mercado marítimo portuário ainda tem muitas oportunidades e o nosso objetivo é apoiar seu desenvolvimento com inovação. Ao longo dos dois últimos anos, já incorporamos diversas soluções de startups, que nos auxiliam na busca por inovação e sustentabilidade no setor portuário”, diz Vinícius Patel, diretor de administração portuária do Porto do Açu.

Com a troca de experiências nas parcerias internacionais, o hub busca solucionar os desafios na aplicação das grandes inovações já estabelecidas na indústria e que se refletem em dispendiosos custos logísticos e operacionais, mais tempo de trânsito, falta de segurança operacional e impacto na emissão de gases do efeito estufa. 

“A nossa atuação no hub, em parceria com as demais mantenedoras, pretende alavancar o desenvolvimento da cadeia logística portuária e a aplicação efetiva de recursos e tecnologia. Hoje, cada vez mais a inovação se faz presente, trazendo previsibilidade e confiança nas operações. Com a nova parceria, temos a oportunidade de transformar os desafios em oportunidades. Todas as nossas iniciativas buscam dar mais força e celeridade ao processo, e, ao trabalhar de forma conjunta, podemos alavancar a inovação e impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país”, destaca Mariana Yoshioka, diretora de inovação e tecnologia da Hidrovias do Brasil.

Startups

Entre as startups que fazem parte do hub está a TideWise, que oferece serviços para a indústria marítima por meio de sistemas robóticos não tripulados com soluções que otimizam a coleta de dados e aumentam a segurança nas operações.

Em outubro do ano passado, a startup recebeu um aporte de R$ 10 milhões para aprimorar o desenvolvimento de sua tecnologia. Entre as principais vantagens deste tipo de embarcação, está o ganho em produtividade ao permitir a navegação no mar, mesmo em condições adversas. Além disso, as soluções da TideWise proporcionam uma redução de até 98% no consumo de combustíveis e de até 85% nos custos operacionais quando comparado a soluções tripuladas convencionais de aplicação similar, reduzindo também a poluição sonora e a emissão de gases do efeito estufa nas operações offshore.

Outro fator importante é em relação ao aumento da segurança nas operações. O trabalho tripulado no mar está associado a vários riscos, já que os trabalhadores estão expostos a condições climáticas adversas, mar agitado e equipamentos pesados, por exemplo. Ao utilizar uma embarcação não tripulada, a TideWise proporciona mais segurança, já que realoca a expertise humana de um ambiente potencialmente perigoso para um seguro e controlado.

Por meio do USV Tupan, sua embarcação autônoma, a Tidewise conquistou o título de primeira embarcação sem tripulação registrada no Brasil, na Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, em 2020. Depois, a startup alcançou o feito de ter o primeiro USV brasileiro a operar no exterior em uma operação comercial realizada no Parque Eólico Offshore na Bélgica, em 2022. Já em 2023, se posicionaram também como a primeira operação comercial offshore utilizando um USV na região do pré-sal brasileiro e a primeira a realizar levantamentos hidrográficos em um porto comercial em perfeita sintonia com o tráfego aquaviário do Porto do Açu.

Com o ROC (Centro de Operações Remotas), local que monitoram suas embarcações não tripuladas, em funcionamento no Rio de Janeiro e com equipe de operadores residentes no Brasil, a Tidewise evitou em 2023 a emissão de 44.597kg de CO² em operações quando comparado com embarcações convencionais.

Outro exemplo é a Flowls, startup com solução all-in-one para logística, que facilita a integração entre sistemas, automatiza tarefas e aprimora a colaboração na cadeia ao centralizar os dados. Por meio de suas ferramentas, no último ano, foi possível economizar aproximadamente 10 milhões em estoque para seus clientes, com redução significativa em custos extras (de armazenagem e demurrage). Em alguns clientes, o custo de demurrage foi zerado, representando diminuições significativas nos custos logísticos.

Dentre as principais melhorias identificadas, estão a otimização do tempo com a consolidação de informações, visão de processos, fluxograma de Supply Chain, conectividade e canal único de comunicação.

A startup Logshare, ganhadora do Selo Dourado do Cubo este ano, permitiu uma diminuição em até 40% as emissões de carbono de grandes embarcadores e em até 30% os custos, maximizando o conceito de logística colaborativa por meio de tecnologia. Em 2023, estabeleceu parceria estratégica com o Porto de Santos, o maior da América Latina, com potencial de 2,5 milhões de fretes (otimizações) anualmente. Comprometida com sustentabilidade e colaboração, a principal ambição da Logshare é ter escala global e atuar em diferentes verticais.

Calado dinâmico permite Porto de Salvador receber porta-contêineres de 366m

Desenvolvido pela Argonáutica, startup do hub, o sistema de calado dinâmico permitirá que os navios porta-contêineres da classe 366m passem a operar no Tecon Salvador, terminal administrado pela Wilson Sons, fazendo ligações diretas em navegações de longo curso para os mercados asiáticos. A operação é possível a partir do uso da ferramenta que permite o cruzamento de dados sobre as características das embarcações, ventos, correntes, ondas e marés para a otimização da utilização dos canais de acesso, em situações de restrições de quilhas, o sistema ReDRAFT. Autorizado pela Marinha, representada pela Capitania dos Portos da Bahia, e referendado pela autoridade portuária no dia 8 de maio passado, o sistema ReDRAFT terá sua operação, manutenção e atualização a cargo da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), em caráter experimental, por 180 dias.



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