Empresas que atuam na logística demonstram perspectiva positiva para o desenrolar de 2016

Retração de 1,2% na demanda de cargas aéreas mundiais no mês de novembro/2015 não desanimou empresa do setor aéreo, que vê na crise oportunidade

Mesmo com cenário desafiador anunciado para 2016, a crise traz oportunidades, pelo menos é o que aponta uma companhia do setor de transporte de cargas aéreas. A variação cambial fortalece competitividade dos produtos nacionais no exterior e incentiva a demanda pela eficiência logística. Novos equipamentos e tecnologias ajudam no fator: burocracia. O bom desempenho das exportações, também é um estímulo para a competitividade e propicia fôlego para o País em um momento tão delicado da economia. As empresas nacionais ou internacionais que atuam na logística no Brasil demonstram, assim, uma perspectiva positiva para o desenrolar deste ano.


Ainda que a demanda de cargas aéreas mundiais tenha apresentado retração de 1,2% no mês de novembro/2015, de acordo com a Iata (Associação Internacional de Transporte Áéreo) – com destaque para a América Latina, onde o modal perdeu 6,4% no mês, afetado principalmente pela recessão econômica no Brasil –, empresas do setor veem na crise oportunidade, como aponta o diretor de produto aéreo da Panalpina, René Genofre.

“A queda da demanda é indiscutível, porém entendemos que, especialmente em um período de crise, oportunidades surgem. Nossa posição é de forte atenção a estes “bolsões de oportunidades”, e oferecer soluções de alto valor agregado que atendam às necessidades do mercado. Fizemos isto no ano de 2015 ao estabelecer nossos voos cargueiros próprios conectando Hong Kong a Viracopos via nosso hub em Huntsville com duas frequências semanais. Esta solução foi desenhada para atender demandas reprimidas, em um período do ano em que a demanda já se demonstrava desafiadora. Isto reflete o DNA inovador e flexível da Panalpina”, disse.

Embora a taxa de crescimento anual tenha caído e as perspectivas da economia global permaneçam frágeis, partes da Ásia-Pacífico estão crescendo novamente e as encomendas de exportação estão melhorando. Nesse sentido, para René 2016 aparece como um ano desafiador para o mercado, sem grandes taxas de crescimento, inclusive no trade Ásia-Brasil. “Entretanto, para a Panalpina, projetamos crescimento neste mercado, grande parte alavancado pela nossa oferta única de solução em conectividade com aeronave cargueira para o aeroporto de Viracopos”.

Sobre a infraestrutura aeroportuária, o diretor de produto aéreo da Panalpina, aponta como um grande salto na qualidade de serviços e infraestrutura dedicada a carga os aeroportos de Viracopos, Galeão, Guarulhos e Brasilia. “Hoje temos estes aeroportos buscando certificações internacionais tais como GDP e CEIV, e a indústria como um todo já se beneficia da evolução que as mudanças de processos e infraestrutura propiciam”.

Ainda segundo ele, a medida que os demais aeroportos brasileiros se espelharem neste modelo e realizarem investimentos e adequações, “o modal aéreo será beneficiado, com a possibilidade por exemplo, de receber aeronaves mais modernas e de maior porte que, eventualmente não operem em determinados aeroportos”.

Lembrando do pacote de concessão anunciado pelo governo que prevê R$ 8,5 bi em investimentos nos aeroportos, o executivo diz esperar melhorias em sistemas informatizados e de infraestrutura, “nos moldes do que vemos nos aeroportos já privatizados”.

Além disso, René lembra de um fator muito conhecido pelo setor logístico: a burocracia, que segundo ele, não é sentido somente pelos modais marítimos e rodoviários. “Sem dúvida o modal aéreo sofre de igual maneira, pois os processos locais seguem um modelo menos informatizado do que em outros países e logo, bastante burocrático. Entretanto, o Brasil tem avançado bastante no tema do E-freight, que reduz fortemente o manuseio de papeis e o seu consequente custo para toda a cadeia logística”, lembra, ressaltando ainda que mundialmente o E-freight já tem uma penetração bastante expressiva. “E tem na Panalpina o agente de carga com maior crescimento neste índice de penetração”.

Ainda segundo René, o Brasil já possui avanços neste processo e destaca que a companhia participa ativamente do grupo de estudo e desenvolvimento do E-freight importação, com a participação ainda dos pilotos do E-freight exportação. “A integração de dados entre todos os elos da cadeia, incluindo autoridades aduaneiras e aeroportuárias é chave para o ganho de eficiência”, pondera.

Ele não esquece, porém, da importância da integração da tecnologia nesses processos, além, claro, da integração de grande importância com os órgãos governamentais, “que irá nos trazer produtividade, rapidez e consequente melhoria de custos nos processos de importação e exportação aérea. Além disso, as novas tecnologias, quando interligadas, propiciam maior visibilidade ao cliente”.

O diretor de produto aéreo da Panalpina finaliza lembrando que a companhia continua atenta às oportunidades e demandas do mercado, “especialmente com eventos extraordinários como os jogos Olímpicos e outras situações que demandem serviços ou soluções diferenciadas”, conclui. 

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Guia Marítimo. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.