Hydrogen Dialogue Latin America: Especialistas apresentam soluções tecnológicas para a logística sustentável

Na última edição do Hydrogen Dialogue Latin America, evento dedicado a impulsionar a revolução energética na América Latina, que aconteceu nos dias 10 e 11 de outubro, na capital paulista, Elifas Holodniak, CEO da Linkmesh, empresa de inteligência de mercado, especializada em análises geoespaciais, Roberto Speicys, CEO/Co-Founder Scipopulis, empresa de inovação focada em cidades inteligentes, e Pesquisador Associado da FGV, e Pamela Padua, diretora de operações da BMV Global, com moderação de Martin von Simson, CEO do Guia Marítimo e conselheiro e líder do projeto Hydrogen Latin America, marcaram presença para apresentar o painel “Logística Sustentável: Tendências e desafios tecnológicos”

Pamela iniciou o painel apresentando o perfil da BMV - Brasil Mata Viva, greentech que oferece estímulo e viabilidade econômica para a atividade de conservação da biodiversidade através das UCS (Unidades de Crédito de Sustentabilidade), uma commodity ambiental que possibilita remuneração justa para quem cuida da terra, certificação de equivalência de impacto para negócios e lastro para expansão de capital. “Oferecemos um ativo ambiental de florestas conservadas para qualquer segmento manter a sustentabilidade ambiental e social. Produzimos o ativo para quem preserva e entregamos ao mercado para usufruir desse ativo, para adequar as empresas e também como estratégia de negócios. Trazer a sustentabilidade como centro de receita e não de despesas”, resume a executiva.

Segundo Pamela, na prática, o investimento se traduz em diversas vantagens como aumento patrimonial, balanço verde, logística equilibrada, visibilidade perante stakeholders, incentivos fiscais e abertura de mercados, entre outros.

Roberto Speicys, especialista em análise de dados para cidades inteligentes da Scipopulis, focou sua apresentação na questão da descarbonização do transporte público que, segundo ele, é uma tendência mundial. “O transporte público é responsável por 25% do total de emissões, sendo o maior responsável por gerar o efeito estufa no ambiente urbano. Em São Paulo, que conta com 14 mil ônibus e 6 milhões de carros, conseguimos reduzir consideravelmente as emissões com o investimento mais fácil e relativamente pequeno com a substituição da frota por ônibus elétricos”, considera

Speicys informou que está em andamento um estudo para quantificar o número de ônibus elétricos e as tecnologias utilizadas, assim como detectar desafios, como custo e, principalmente, a autonomia da bateria que pode impactar na operação. “Sabemos que não dá para trocar todos os ônibus por elétricos, precisamos de outras tecnologias para suprir essa demanda, como os movidos a hidrogênio, que poderiam complementar para suprir essa necessidade de zerar as emissões”.

Defendendo o uso da rastreabilidade inteligente para subsidiar tomadas de decisões e compreender a dinâmica logística e econômica dentro do território, Elifas Holodniak, apresentou algumas características da solução Greenchain da Linkmesh, sistema de georreferenciamento data driven com simulações através de machine learning, tomando como exemplo a análise de 2 prédios dentro do sistema público, para a obtenção de dados precisos como tráfego, poder de compra e valor imobiliário, entre outros. Para o especialista, a geoestatística exige um sistema de proporção territorial e conhecimento computacional dos parâmetros.

Porém, alerta Elifas, "“Temos que fazer uma raspagem de diferentes parâmetros onde, muitas vezes, A+B não é C. Então, quando cruzamos camadas de informações, chegamos a um terceiro elemento, que pode ser detectado através de um mapa, que considero a melhor forma de condensar as informações e melhorar a compreensão do tema a ser analisado. Esse sistema evidencia métricas e mensurações mais analíticas para dar lógica em um sistema de competição”, destaca Holodniak.

Na apresentação, o palestrante reforçou a capacidade do sistema e o uso de dados para analisar informações geoespaciais para proporcionar redução de riscos e maximizar resultados a partir de informações territoriais que auxiliam no processo de tomada de decisão mais assertiva, inclusive para o planejamento estratégico da transição energética.

Para Holodniak, a possibilidade de obtenção de dados é abundante e as dúvidas - como o que fazer, como extrair e como trabalhar essas informações para aumentar eficiência ou um novo cenário -, também podem surgir.

“A maior parte das empresas não leva a logística em conta para a tomada de decisões. Precisamos trazer mais indicadores para a tomada de decisão, buscar empresas qualificadas para analisar, usar esses dados e tirar o 'achismo'. Esse é o momento, um novo ciclo”, acrescentou o executivo.

Finalizando sua apresentação, Elifas trouxe algumas informações sobre um projeto de rastreabilidade desenvolvido para a BMV, também participante do painel, com abordagem sobre demanda de preservação, destacando o volume e precisão de dados gerados pela tecnologia.

"Foram mapeados dados sobre hidrografia, potencial agrícola, terras indígenas, garimpos, áreas florestadas e biodiversidade, entre outros, em uma análise que envolveu mais de 20 parceiros de dados, que incluíram universidades e centros de pesquisa, entre outros", concluiu Kolodniak.

Pamela Padua, da BMV, complementou afirmando que os estudos da greentech chegavam a somar 400 páginas e, a partir da integração das informações com a solução Linkmesh, obteve mais transparência, credibilidade e facilidade na operação.

"A inovação promove os negócios ao aproximar o empresariado das soluções sustentáveis e da inteligência de gestão. Precisamos dessa inteligência para manter a preservação, o equilíbrio e facilitar as operações do mercado. Esse é o novo mundo”, concluiu a gestora de capital natural.




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