De pai para filho: carreiras que atravessam gerações

11 de agosto – Dia dos Pais


O Dia dos Pais, celebrado anualmente no segundo domingo de agosto, é uma data especial em que os filhos costumam homenagear e presentear seus pais. No entanto, para muitos, essas homenagens vão além do dia comemorativo e se manifestam na rotina diária, especialmente no âmbito profissional. Uma pesquisa realizada pelo LinkedIn, rede social voltada para negócios, revelou que os pais ainda estão entre as maiores influências na escolha de carreira de um filho. Trabalhar ao lado do pai diariamente ou seguir a mesma carreira é uma das formas mais significativas de honrá-lo, continuando seu legado.

Em mercados específicos, como navegação e offshore, histórias de profissionais que seguiram a carreira do pai não são raras. Muitas vezes, essas relações de trabalho se transformam em parcerias de sucesso, onde a troca de conhecimento e experiência é constante. Neste 11 de agosto, data que se celebra o Dia dos Pais, compartilhamos o perfil de um brasileiro que atua em um empurrador da Norsul, navegando pela costa das regiões sul e sudeste do Brasil. Conheça a história de Avelino Carneiro e a perpetuação de seu legado com o filho, Rafael.

Avelino Carneiro, Chefe de Máquinas do Empurrador Norsul Rio e seu filho, Rafael Carneiro Pereira, Segundo Oficial de Náutica

Para Avelino e Rafael, que atuam na indústria de navegação em empresas diferentes, trabalhar no mesmo segmento significa muito mais do que compartilhar a mesma área de atuação. Avelino, o pai, começou sua carreira a partir da inspiração de um primo, que estudava em uma escola que tinha convênio com a Marinha do Brasil. Rafael, o filho, sonhava em equacionar oportunidades para sua família e tempo de qualidade, o mesmo que aproveitava com seu pai enquanto ele estava em casa. “Essa é uma equação não racional, mas a presença dela é contabilizada de forma intensiva e não qualitativa. A marinha mercante proporciona tempo de qualidade para as famílias aproveitarem os bons recursos fruto do trabalho”, afirma Rafael. 

Em contrapartida, Avelino, que é apaixonado pela profissão, avalia que um dos pontos mais delicados na vida do profissional marítimo é conciliar a vida pessoal com a profissional. “Estar embarcado é saber que vamos renunciar a datas, convívios e eventos e precisamos do apoio da família, pois só dessa forma vamos ter paz para trabalhar longe de quem a gente ama”. A vida de quem trabalha longe da família é desafiadora e, por este motivo, Avelino explica que muitos amigos não queriam que os filhos seguissem a carreira. “Nunca fiz qualquer objeção a isso, aliás pelo contrário, fui neutro, deixando que o tempo e a maturidade, assim como a ‘vocação’, proporcionassem a escolha da profissão que gostasse para seguir. Quando criança, chegou a me dizer, certa ocasião, que não gostaria de ser marítimo para que seus filhos não sentissem as saudades que sentiu. Enfim, veio maturidade junto com a idade e acredito que as circunstâncias do trabalho tenham contribuído para a decisão. Confesso que fiquei muito feliz e orgulhoso, quer dizer, sou.”.

A importância do legado

Seguir a carreira do pai não é apenas uma forma de homenagem, mas também uma maneira de preservar a história e a tradição familiar. Para os pais, trabalhar em uma mesma carreira dos filhos representa uma oportunidade única de transmitir valores, ética profissional e conhecimento acumulado ao longo dos anos. Avelino conta que, durante o processo de formação, a conexão entre pai e filho potencializou: “Posso dizer que meu filho é o meu melhor amigo, assim como ele me diz isso também a todo momento. Temos juntos, inclusive, projetos paralelos às nossas respectivas profissões.”

A conexão entre pai e filho no ambiente de trabalho fortalece os laços familiares e promove um aprendizado contínuo e mútuo. Essa dinâmica é uma das formas mais belas de perpetuar o respeito e a admiração entre gerações. “Sempre haverá a necessidade de profissionais do mar, por mais tecnológico e mais modernos que sejam o ambiente de trabalho, as instalações dos navios, plataformas, rebocadores e portos, cada vez mais modernos. Ver meu filho participar do processo de manter e elevar o nível dessa carreira é, para mim, extremamente gratificante.”, finaliza o pai.

Rafael deixa um recado para o pai e para outras pessoas que desejam seguir a carreira marítima: “Acredito que a inspiração é algo individual, onde cada pessoa terá um conjunto de experiências únicas que irão determinar sua vocação. Dessa maneira, caso seu pai seja marítimo, procure observar com riqueza os detalhes das experiências próximas a você, com certeza é uma boa sugestão para buscar inspiração. Eu sou fã do meu pai, um bom marítimo é também um bom pai, um bom amigo, um bom filho, honesto e trabalhador. Então, cumprindo todos esses requisitos com largueza, quem não gosta do Chefe de Máquinas Avelino é por desconhecimento. Te amo, pai!”




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