COP29: ApexBrasil, em parceria com Meio Ambiente e Itamaraty, cobram prioridade dos países ricos no financiamento da transição ecológica

Em Baku, capital do Azerbaijão, presidente da Agência, Jorge Viana defende novo modelo de produção e consumo sustentáveis e pede apoio na descarbonização global

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) abriu oficialmente, nesta terça-feira (12), em Baku, no Azerbaijão, o Pavilhão Brasil em mais uma edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP29. Na cerimônia, estiveram presentes o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin - que lidera a delegação brasileira -, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, além de ministros, ministras, parlamentares, autoridades e representantes da sociedade civil. Na ocasião, o governo brasileiro reafirmou sua meta de redução de emissões de até 67% até 2035, comparada ao ano de 2005.

"A Conferência de Baku aspira a definir o novo objetivo de financiamento climático", apontou Geraldo Alckmin, reforçando o "ambicioso objetivo" de limitar o aumento da temperatura a 1,5º graus Celsius. O Brasil é reconhecido como uma potência ambiental, mas também líder na segurança alimentar. Temos a maior floresta tropical do mundo, temos a matriz energética mais limpa entre as grandes economias, uma agricultura eficiente e verde e, sobretudo, temos a consciência e o comprometimento de que só há um futuro se for sustentável", afirmou o vice-presidente.

"O Brasil reforçou a meta de redução de emissão de CO2", disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, lembrando que o Brasil atua para alcançar esse objetivo trabalhando junto com todos os setores, como transportes, indústria, agronegócio e também desmatamento. "É assim que vamos liderar pelo exemplo", completou. O plano estratégico do Brasil é ancorado em dois eixos estruturantes: o Plano de Transformação Ecológica (PTE) e o Plano Clima. Entre as ações em destaque estão o fortalecimento da bioeconomia, a promoção de sistemas agroalimentares sustentáveis, a transição energética e a economia circular. Ao lado de Marina Silva estava Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas do Brasil.

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana cobrou dos países ricos, considerados os maiores emissores de gases de efeito estufa nesse último século, "um modelo de produção e consumo sustentáveis". Ele sugere que financiem agora a descarbonização do planeta, como consta no Acordo de Paris - tratado internacional de 2015 que vincula juridicamente os seus signatários a agirem para combater as alterações climáticas. "O Brasil é a possibilidade de o mundo alcançar sua segurança alimentar, com uma nova indústria, em que processaremos cada vez mais nossos produtos sustentáveis dentro do país", completou.

Ao final do discurso, Alckmin desejou, em inglês, que todos estejam, em um ano, na COP30, em Belém, no Pará, em 2025. "Em nome do Presidente Lula, I hope to see you next year in Brazil" ("Espero ver vocês no próximo ano no Brasil").

Pavilhão Brasil: parceria estratégica da ApexBrasil com governo e sociedade

A temática central do pavilhão brasileiro é "Caminhos para a Transformação Ecológica", reforçando o compromisso do país com uma transição ecológica justa, baseada em conhecimentos científicos e nos saberes tradicionais de convivência harmoniosa entre humanos e natureza.

O Pavilhão Brasil na COP 29 foi construído para refletir a natureza, os povos e a diversidade brasileira. Localizado na Zona Azul da Conferência, é um espaço de referência para apresentação de iniciativas brasileiras voltadas à mitigação das mudanças climáticas, com foco na preservação, conservação e regeneração de ativos florestais. Além das discussões temáticas, o espaço conta com uma série de eventos culturais, exposições interativas e painéis de alto nível. "Ficou lindo, todo mundo que passa elogia. Mas, principalmente, é um espaço para dezenas e dezenas de debates pensando em como evitar essa tragédia climática que o mundo já está vivendo", afirmou o presidente da ApexBrasil que segue em Baku nos próximos dias, acompanhando a intensa programação do pavilhão brasileiro.

A realização do pavilhão brasileiro na COP29 é fruto de uma parceria estratégica entre a ApexBrasil e diversas instituições governamentais e organizações do setor privado. Entre os parceiros estão o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Ministério da Fazenda (MF) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Os patrocinadores são: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); o Banco do Brasil (BB); Caixa Econômica Federal (CEF) ; Banco da Amazônia (BASA); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); Confederação Nacional do Transporte (CNT); Confederação Nacional da Indústria (CNI); Itaú; e Instituto Clima e Sociedade (ICS).

Programação

Ao liderar, mais uma vez, o Pavilhão Brasil na COP, a ApexBrasil reforça o seu papel de promover uma imagem positiva e inovadora do país, evidenciando o potencial brasileiro em áreas como a bioeconomia e a preservação dos biomas, além de suas soluções inovadoras para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas.

Nesta terça-feira (12), após a sessão de abertura da Cúpula de Ação Climática dos Líderes Mundiais, o pavilhão foi palco do painel "O futuro do agro", tendo como moderador o embaixador Roberto Azevêdo, presidente da Iniciativa Internacional para o Agronegócio Brasileiro. Entre os debatedores estava o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, a representante da área de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da Syngenta, Grazielle Parenti, membro do Conselho de Administração da

Marfrig, Marcella Molina, e a diretora Executiva de Assuntos Corporativos da JBS, Marcela Rocha.

Nesta quarta-feira (13), será lançada a Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e para a Transformação Ecológica (BIP), iniciativa do governo brasileiro criada com a ambição de ampliar os investimentos na transformação ecológica rumo à descarbonização da economia. No mesmo dia ocorrerão os painéis "O papel dos bancos na transição para uma economia de baixo carbono" e "Amazônia que buscamos: como equilibrar sustentabilidade e inclusão na maior floresta tropical do mundo", com a presença de autoridades e especialistas.

Já na quinta-feira (14), o debate será o "Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono". Na sexta (15), ocorrerão os painéis "Transição Energética no Setor de Transporte: o papel do diesel verde", "Crédito de Carbono: Oportunidades do Mercado" e "A Agenda Ambiental no Congresso Brasileiro: avanços e desafios no enfrentamento das mudanças climáticas". No sábado (16) serão discutidos os "Desafios da nova industrialização".

Até o próximo dia 22 de novembro, Baku segue como centro de debates cruciais, onde o Brasil apresenta ao mundo o compromisso com suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Essas metas, alinhadas ao Acordo de Paris, reforçam a posição de liderança brasileira na agenda climática global.



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