Norsul busca até nos detalhes a diminuição de emissões

Com 60 anos recém-completados, a empresa brasileira de cabotagem Norsul atua em um segmento de transporte que já emite menos em relação a outros modais. Ainda assim, a companhia tem buscado soluções para diminuir ainda mais os impactos: do uso de diferentes modelos de embarcação até a busca por pequenas, mas importantes soluções.

Segundo o diretor comercial da Norsul, Fabiano Lorenzi, a meta da empresa é reduzir as emissões em até 30% ao chegar em 2030 e diminuir ao máximo até 2050, atendendo o acordo dos países membros da Organização Marítima Internacional (IMO). “Hoje, a companhia possui 19 embarcações próprias, entre navios, empurradores e barcaças oceânicas, destinadas à cabotagem e ao longo curso”, informou o executivo durante entrevista na Intermodal South America.

Lorenzi diz que a empresa tem acompanhado de perto os estudos e as iniciativas do mercado em relação a novos combustíveis. “Ainda não há uma definição. Mas observamos de perto para identificar a melhor alternativa e fazer as adaptações necessárias. O GNL e o metanol estão fortes, mas também há estudos no Brasil para o etanol. O navio Amberjack poderá ser convertido”.

Iniciativas positivas

A empresa também tem apostado em comboios, que consistem em um conjunto de embarcações articuladas entre si, formadas por um empurrador e uma barcaça oceânica. Entre as vantagens de utilizar esse modelo de transporte para escoamento das cargas estão a possibilidade de desacoplar a embarcação motora da barcaça com a carga, agilizando o processo de descarga do material transportado; redução do tempo e custo médio de espera para a atracação nos terminais portuários; facilidade das manobras e versatilidade, que proporcionam menor gasto com combustível. Para se ter uma ideia, uma viagem de comboio transporta até 10 mil toneladas e é capaz de tirar 180 caminhões das rodovias. “Conseguimos reduzir as emissões de CO₂ em 15% de 2022 para 2023”.

Outra iniciativa que parece pequena, mas que tem dado resultados, é o uso de uma tinta especial (com silicone na fórmula) no casco da embarcação. O objetivo é combater a bioincrustação marinha, processo natural de colonização e crescimento de organismos em superfícies submersas, como o mexilhão. “Com isso, o navio ganha velocidade, já que há menos esforço e atrito, reduzindo o consumo de combustível”, explica.

Para otimizar a eficiência energética de suas embarcações, a Norsul também está investindo no Propeller Boss Cap Fin (PBCF). Esta inciativa consiste na troca de uma parte central da hélice para reduzir ou eliminar o vórtex causado na extremidade posterior do sistema do navio. A iniciativa melhora a performance do propulsor e otimiza a energia aplicada ao software de navegação. Isso traz uma economia de até 5% no consumo de combustível e nas emissões de CO₂. Oito embarcações já contam com a tecnologia.



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